sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cartas de Amor


[…]
Teresa levantou os olhos, estarrecida. Ter filhos do tio? Que horror! Incapaz de dizer fosse o que fosse, afastou o braço da mãe, ergueu-se de rompante e fugiu porta fora.
O pior foi que das pregas do vestido caiu um papel dobrado…
Atrás da cortina, João ficou sem pinga de sangue. A carta! Só podia ser a carta para Anselmo. E imaginava a melhor maneira de lhe pedir a mão, quando o pai, desconfiado, pegou no papel, arrancou a fita e pôs-se a ler em voz alta:
- Anselmo, meu amor…

in pág. 148

Os alunos imaginaram e criaram a carta de Teresa a Anselmo.
Aqui vos apresentamos, então, algumas cartas de amor que eles escreveram:


Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

Como tem passado?
Cada vez que penso em si, fico com mais saudades e vontade de estar ao seu lado.
Sei que é o grande amor da minha vida!
Espero por si, no dia1 de Novembro, junto do Convento do Carmo, pelas 13h.

Teresa Violante
(Manuel Belo, 6º 7ª)



Lisboa, 30 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

Escrevo-lhe esta carta para lhe confirmar o meu amor por si.
Penso que já sabe que o meu tio me pediu em casamento. Deve imaginar, por isso, o meu atroz sofrimento!
Como eu desejava que fosse possível estar, agora, aqui, perante o meu pai, a pedir-lhe a minha mão em casamento!
Sei, no entanto, que tudo não passa de um sonho!... Vivemos um amor impossível!... E, no entanto, como é imenso o meu amor por si!
Posso, mesmo, prometer-lhe uma coisa: nunca serei de mais ninguém, a não ser de si! A minha alma, o meu coração, todo o meu ser só a si pertencerão.
Com muito afecto e paixão,

Teresa Violante
(Eunice, nº 6. 6º 7ª)


Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

Gosto muito de si. Sabe isso, não sabe?
Como ainda não arranjei coragem para ir a casa dizer-lho pessoalmente, escrevo-lhe esta carta.
Meu querido Anselmo, quando o vejo, o meu coração alegra-se e eu sinto-me invadida por uma avassaladora felicidade.
Espero que sinta por mim o que eu sinto por si.
Apaixonadamente,

Teresa Violante
(Patrícia Caldeirinha, nº 22, 6º 7ª)

Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

Desejo, do fundo do meu coração, que esta minha carta o vá encontrar mais feliz do que eu, neste momento, me sinto. Na verdade, morro de saudades suas.
Escrevo-lhe esta carta para lhe dizer que o amo mais do que a tudo na vida.
Gostaria muito que nos encontrássemos, mas, ao mesmo tempo, tenho receio que nos vejam juntos e que nos afastem para sempre.
Tenha paciência, por favor, e não deixe de esperar por mim.
Sempre sua,


Teresa Violante
(Ariana Oliveira, 6º 7ª)



Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

São sete horas da manhã e estou no meu quarto a escrever-lhe esta carta.
Estou cheia de saudades suas!
Ontem, fiquei à sua espera, no local onde combináramos, mas o Anselmo não apareceu. Porquê?
Gostava de estar mais vezes consigo. Nessas alturas, penso que nada de ruim me vai acontecer!
Quando o vi pela primeira vez, os seus olhos azuis como o mar, o seu cabelo negro como a noite, a sua pele macia, a sua expressão delicada e bondosa, encheram o meu coração de alegria e de infinito amor!
Não sente o mesmo por mim?
Responda-me depressa, para eu ter a certeza do seu amor.
Um beijo apaixonado desta que lhe quer bem,

Teresa Violante
(André Sousa, 6º 7ª)



Lisboa, 30 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

Não imagina como tenho pensado em si. Todos os dias, todas as noites, todas as horas e todos os minutos só vejo o seu rosto, só ouço as suas ternas palavras.
Tenho imensa pena que não possamos encontrar-nos!
Consegui, finalmente, convencer o meu pai de que a minha irmã seria muito melhor esposa para o Bernardo do que eu.
Só quero estar consigo, temos de arranjar uma maneira de nos encontrarmos às escondidas. Vamos fazer o seguinte: no próximo concerto, sente-se o mais perto possível dos camarotes. Eu pedirei ao meu pai para me ausentar por breves instantes e, nessa altura, poderemos trocar algumas palavras e, quem sabe, alguns beijinhos.
Amo-o!
Assim que puder, responda a esta minha carta. Fico, ansiosamente, à sua espera.

Teresa Violante
(Miguel Ramos, 6º 7ª)


Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor:

Hoje, mais do que nunca, sinto-me desesperada. Sabia que estou comprometida ao meu tio Miguel? Nem quero imaginar tal coisa!
Para além de não conseguir aceitar a ideia de me casar com o meu tio, quero é estar consigo, passar o resto da minha vida ao seu lado, como sua esposa.
Espero que me responda brevemente, que me console, para eu ter forças para lutar contra este casamento forçado e sem sentido.
Despeço-me com saudades,

Teresa Violante
(Fábio Alegrias, 6º 7ª)



Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor,

Quando não o vejo, o dia transforma-se numa noite infinita, triste e fria.
Venha-me ver, volte a alegrar o meu coração, passando à minha janela.
Espero por si todos os dias, a todas as horas.
Com muito afecto,


Teresa Violante
(Francisco Couto, 6º 7ª)
Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

São 3h da manhã e ainda não deixei de pensar em si. Queria tanto que, neste preciso momento, estivesse aqui, ao meu lado.
A sua presença permite-me entrar num mundo de sonho e de paz interior, como se nada, nem ninguém me pudessem fazer mal.
Ontem, revisitei a lírica de Luís de Camões e não pude deixar de ler, pela enésima vez, o soneto

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Lembrei-me de si e deste amor que experimento sempre que o vejo, sempre que em si penso (e que é a todo o momento!).
Apesar de não nos podermos encontrar, eu falo consigo e vejo-o nos meus pensamentos.
Quero dizer-lhe, enfim, que estou cheia de saudades e que estou ansiosa por o ter junto a mim.
Com afecto,

Teresa Violante
(Sofia Grosso, 6º 7ª)




Lisboa, 29 de Outubro de 1755

Anselmo, meu amor

Escrevo-lhe esta carta, por tenho muitas saudades suas e uma enorme mágoa de não podermos estar juntos.
Já passou tanto tempo desde a última vez em que nos vimos que começo a duvidar se alguma vez voltará a acontecer.
Já deve saber da triste e impiedosa novidade: o meu pai pretende que eu case com o meu tio. Como é possível?
Para além de tudo o mais, desde que o Anselmo surgiu no meu caminho, eu só concebo a minha vida junto a si.
Espero que acredite no que lhe digo e que nunca duvide, aconteça o que acontecer, dos meus sentimentos por si.
Gosto de lhe escrever, pois é uma maneira de me sentir mais próxima de si. Fico, ansiosamente, à espera de receber notícias suas.
Amo-o mais do que à minha própria vida. Eternamente sua,


Teresa Violante
(Guilherme Gomes, 6º 7ª)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O LIVRO DO MÊS


O Blogue de Leituras promove, a partir deste mês, o concurso O LIVRO DO MÊS.
Para participares deves ler o livro escolhido, que está disponível na Biblioteca Escolar. Este mês seleccionámos “Sexta-Feira ou a Vida Selvagem”, de Michel Tournier.
Depois deves elaborar um comentário apreciativo sobre o livro e colocá-lo no blog, a partir do link comentário, deste post, até ao dia 28 de Fevereiro. Não te esqueças de te identificares (nome, ano e turma).
Haverá um prémio para o melhor comentário!
Participa!